Pioneiras no empreendedorismo feminino internacional

Destaques Mulheres Empreendedoras

O empreendedorismo feminino transcende barreiras geográficas e culturais, sendo uma força cada vez mais reconhecida e vital para o desenvolvimento econômico e social em todo o mundo. Mulheres em diferentes continentes e épocas, com visões audaciosas, foram e são as pioneiras que pavimentam o caminho para as gerações futuras de líderes.

Ao longo da história, diversas mulheres empreendedoras se destacaram mundialmente, mesmo quando abrir um negócio era um território quase exclusivo dos homens. Entre as pioneiras estão:

  • Madam C.J. Walker (EUA)
    Primeira mulher negra a se tornar milionária com um império de cosméticos para cabelos afro. Fundou a Madam C.J. Walker Manufacturing Company no início do século 20.
  • Estée Lauder (EUA)
    Fundadora da gigante da beleza Estée Lauder Companies, começou vendendo cremes feitos na cozinha com a ajuda de seu tio químico.
  • Coco Chanel (França)
    Revolucionou a moda feminina e fundou a grife Chanel, que até hoje é sinônimo de elegância e ousadia.
  • Anita Roddick (Reino Unido)
    Fundadora da The Body Shop, destacou-se não apenas pelos cosméticos, mas pela militância em direitos humanos e práticas sustentáveis.
  • Gina Rinehart (Austrália)
    Empresária do setor de mineração, transformou a Hancock Prospecting em uma das maiores empresas privadas do país.
  • Oprah Winfrey (Estados Unidos)
    Embora mais recente, sua jornada é de empreendedorismo disruptivo. Ela transformou um talk show em um vasto império de mídia com a Harpo Productions (fundada em 1986) e a Oprah Winfrey Network (OWN), influenciando milhões e redefinindo o papel da mulher na mídia.

Essas mulheres, entre muitas outras, demonstraram não apenas visão de negócios, mas também uma notável capacidade de inovar em produtos, modelos de negócios e estratégias de marketing, em contextos históricos muitas vezes desfavoráveis.

Panorama Global: onde elas empreendem mais (e menos)

Relatórios do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), uma das maiores pesquisas sobre empreendedorismo no mundo, indicam que a participação feminina no empreendedorismo varia significativamente por região e país.

  • Países com maior proporção de empreendedoras: geralmente, países em economias emergentes ou em desenvolvimento, especialmente na América Latina e África, apresentam taxas mais altas de empreendedorismo feminino. Nesses locais, o empreendedorismo por necessidade (impulsionado pela falta de oportunidades de emprego formal) é mais comum. Exemplos incluem Brasil, Chile, Colômbia, Indonésia e alguns países africanos, onde as mulheres veem no empreendedorismo uma forma de gerar renda e sustentar suas famílias.
  • Países com menor proporção de empreendedoras: Em economias mais desenvolvidas e com mercados de trabalho formais mais robustos, como muitos países da Europa Ocidental (Alemanha, França) e alguns da Ásia (Japão, Coreia do Sul), a taxa de empreendedorismo feminino tende a ser menor. No entanto, o empreendedorismo feminino nesses locais tende a ser mais focado em oportunidade e inovação. Além disso, a cultura local, as políticas públicas, o acesso ao crédito e o papel social da mulher em determinados países são fatores que influenciam fortemente essa disparidade.

Nichos de atuação e o perfil da empreendedora global

Globalmente, as mulheres empreendedoras tendem a atuar em nichos que, historicamente, foram vistos como extensões de seus papéis sociais, mas que hoje são campos de inovação e crescimento.

  • Setores de maior atuação:
    • Serviços: Saúde e bem-estar (clínicas, spas, produtos orgânicos), educação (creches, cursos, consultorias), beleza e moda, alimentação (restaurantes, catering, produtos artesanais).
    • Comércio varejista: Online e físico, muitas vezes com foco em produtos artesanais, sustentáveis ou para nichos específicos.
    • Tecnologia e inovação social: Embora em menor número, a presença feminina está crescendo exponencialmente em startups de impacto social, fintechs e soluções digitais, especialmente aquelas que resolvem problemas cotidianos.

O perfil da mulher empreendedora internacional é marcado por características como resiliência, adaptabilidade, forte senso de comunidade e colaboração, proatividade e uma notável capacidade de multitarefa. Muitas são movidas por um desejo de impacto social e por criar negócios que não apenas gerem lucro, mas também ofereçam flexibilidade e autonomia, tanto para si quanto para outras mulheres. A busca por propósito e a capacidade de superar obstáculos são traços distintivos.

Desafios: dupla jornada e viés de gênero

A maioria das mulheres empreendedoras precisa equilibrar sua jornada nos negócios com a responsabilidade doméstica e familiar. O relatório Women in Business 2024 (Grant Thornton) mostra que 47% das mulheres líderes relatam impactos diretos do machismo em sua carreira.

Além disso, o patriarcado estrutural se manifesta na dificuldade de acesso ao crédito, à rede de apoio e ao capital de risco: segundo a Harvard Business Review, apenas 2% do capital de risco mundial vai para startups lideradas por mulheres.

Qual é o perfil da mulher empreendedora internacional?

De acordo com dados da WEF – Women’s Entrepreneurship Forum, o perfil médio é:

  • Idade entre 30 e 45 anos
  • Alta escolaridade
  • Mães (em 60% dos casos)
  • Empreendem por necessidade ou propósito
  • Valorizam impacto social e equilíbrio emocional
  • Tendem a adotar liderança colaborativa

O gênero influencia o sucesso ou fracasso do negócio?

O fracasso de um empreendimento está mais relacionado a fatores estruturais (falta de investimento, suporte, rede de apoio, etc.) do que ao gênero. No entanto, mulheres enfrentam mais obstáculos. Segundo o Boston Consulting Group, startups fundadas por mulheres recebem menos investimento, mas geram 2,5 vezes mais receita por dólar investido.

Maternidade e empreendedorismo: um equilíbrio possível?

A maternidade ainda é um dos grandes desafios para as empreendedoras. Muitas relatam que abrir um negócio foi a única forma de ter flexibilidade de horários e autonomia financeira. Plataformas como a Moms in Business International e movimentos como #Mompreneurs mostram que existe uma cultura de sororidade, colaboração e construção de redes de apoio que ajudam essas mulheres a prosperar.

Existe uma cultura diferenciada no empreendedorismo feminino?

Sim. O empreendedorismo feminino tende a ter:

  • Foco em impacto social
  • Práticas mais sustentáveis
  • Gestão horizontal
  • Cuidado com o bem-estar da equipe
  • Maior preocupação com ética, diversidade e inclusão

Essa abordagem é frequentemente chamada de “liderança feminina regenerativa” e vem ganhando espaço nas discussões globais sobre futuro dos negócios.

Fontes: Global Entrepreneurship Monitor (GEM), Women in Business – Grant Thornton, Harvard Business Review – Women & Startups, WEF – Women Entrepreneurship Forum, Forbes Women, World Economic Forum – Gender Gap Report.

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